A viúva do icônico rapper moçambicano Mano Azagaia, Rosa Cuna, está exigindo uma investigação rigorosa sobre a inclusão de um trecho controverso sobre o artista no manual de Língua Portuguesa da 8ª classe. Segundo ela, a Texto Editores, responsável pela publicação, também deve prestar esclarecimentos sobre o caso.
Embora tenha considerado positivos os recentes posicionamentos do Governo, Cuna destacou que o assunto merece uma análise mais profunda, especialmente quanto a possíveis irregularidades financeiras, incluindo branqueamento de capitais.
O manual que trouxe a polêmica foi publicado em 2020, mas o Ministério da Educação e Cultura esclareceu que sua produção ocorreu em 2014. A comercialização começou em 2015, sendo utilizado entre 2016 e 2022, antes de ser retirado de circulação.
Para Rosa Cuna, esse cronograma não exime as autoridades da responsabilidade pela calúnia e difamação contra Azagaia. Ela argumenta que a retirada do livro não se deu exclusivamente pelo trecho polêmico que mencionava a detenção do rapper.
Embora o porta-voz do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa, tenha afirmado que o livro não fazia parte do sistema oficial e não estava autorizado a circular, Cuna contesta essa informação. Segundo ela, o manual foi amplamente utilizado nas escolas e ainda pode ser encontrado no portal do Governo.
Diante das inconsistências apresentadas, Rosa Cuna levanta questionamentos cruciais sobre o processo de publicação e distribuição do material:
Para ela, essas perguntas podem indicar possíveis irregularidades financeiras, reforçando a necessidade de uma investigação aprofundada.
“A Texto Editores não é uma editora qualquer. Como família, aguardamos respostas”, afirmou em entrevista à TV Sucesso.
A família do rapper tomou conhecimento do manual em 2021 e, desde então, suspeita de uma possível perseguição contra Azagaia.
Rosa Cuna denuncia que o trecho do livro omite informações cruciais: embora Azagaia tenha sido detido, posteriormente foi inocentado, pois não portava drogas no momento da abordagem.
Para ela, a maneira como o caso foi retratado teve um objetivo claro: manchar a imagem do artista e influenciar a percepção das novas gerações de moçambicanos sobre seu legado.
“Talvez tenham descontinuado porque já haviam atingido seus objetivos. Mas isso não isenta ninguém da responsabilidade pelo que foi escrito”, concluiu.
Mano Azagaia foi muito mais do que um rapper. Ele se tornou a voz de uma geração, denunciando injustiças sociais e desafiando o status quo com suas letras impactantes.
A polêmica em torno do livro apenas reforça a importância de preservar seu legado e garantir que sua história seja contada com a devida justiça e verdade.
A família e os fãs seguem atentos e aguardam respostas das autoridades. Afinal, a memória de Azagaia merece respeito.
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